Procura/compra de carro
(ANA e JOAO)
Se em Portugal, quando procuramos carro, temos em conta variadissimos factores, em Moçambique somamos ainda outros mais. Um deles é que não é aconselhavel que o carro seja europeu, porque esses carros não estão preparados para as altas temperaturas africanas. Outro factor são as peças para quando o mesmo avaria, ou seja, convém que o carro seja japonês, pois por aqui há muitos, logo arranjam-se peças de uns carros para os outros mais facilmente.
MUDANÇAS AUTOMÁTICAS !!! Se em Portugal os carros automáticos são mais caros, aqui verifica-se o contrário!!!
TODO O TERRENO !!! As estradas em Moçambique “não são péssimas”, mas se em Portugal nos queixamos dos buracos na estrada, aqui queixamo-nos da estrada nos buracos.
Existe ainda a possibilidade de ir a Durbin, África do Sul, onde os carros são bem mais baratos, mas pelo que dizem depois vão fazer de tudo para complicar a legalização da viatura. Principalmente quando os proprietários são estrangeiros, e ao que parece, mais especificamente, portugueses.
Estamos juntos sobre rodas
Ana e Joao
Procura/aluguer de casa
(ANA e JOÃO)
Se alguém aí, em Portugal, se queixa da dificuldade em achar uma casa para alugar, convidamo-vos a vir passar uma temporada por estas bandas. Assim, poderão sentir a verdadeira dificuldade. Passamos a explicar:
Ficámos a saber que as casas aumentam o seu preço de Outubro a Maio... logo estamos na época do ano mais cara para alugar um apartamento (aqui flat).
Quando uma casa está para alugar há vários agentes imobiliários a mostrar a mesma casa o que faz com que os mesmos acabem por nunca saber se a casa está prometida a alguém ou não.
Em que andar está esse apartamento? Aqui os elevadores têm horários ou simplesmente não existe elevadores. Viver num 12º ou 17º andar torna-se complicado.
Três rendas! Aqui pedem SEMPRE três rendas adiantadas! Já nos habituámos a esta ideia... Mas no outro dia no jornal, ao ver um anúncio referiam com 6 rendas adiantadas.... parece Luanda...
Os preços aqui rondam os 600/700 USD por um T2. Nem sempre há facilidade em pagar em Meticais... hábito estranho pagamentos em divisa estrangeira.
Ao comprar um jornal, para procurar nos classificados, temos à disponibilidade vários contactos de “free-lancers” que mostram casas. Ao ligar para estas pessoas a maioria das vezes a casa que pretendemos “já foi ocupada” - será apenas um chamariz para ligar? Depois dizemos a localização, o tipo de casa e se está equipada ou não, ficam de ligar no dia seguinte e NUNCA devolveram chamada nenhuma.
Mas, finalmente, estamos com esperanças! Visitámos, no sábado de manhã, uma casa que nos parece perfeita, pelo menos para estes primeiros tempos. É um T3. Tem uma boa sala, casa de banho reabilitada e os quartos também são “jeitosos”.
(ANA)
Eu já sonho onde colocar quadros e mobília. Aquela casa tem que ser nossa!
Estamos juntos até debaixo da ponte
Ana e Joao
Viagem a GOBA
(JOAO)
Há quinze dias fomos até Goba, no distrito da Namaacha. A paisagem é logo diferente e disso ganhamos consciência à medida que nos vamos afastando de Maputo. A viagem demora cerca de 1 hora e pouco e conta com 80 kilometros. Não pensem que há autoestrada, ou melhor, haver há... mas mete medo... Até temos uma portagem, e pensamos... Vamos entrar numa via rápida! Afinal de contas é uma portagem para pagar as entradas e saídas das viaturas, bens e pessoas da cidade.
(numa viagem, anterior, viajámos até à Matola e pudémos tirar algumas fotografias à e na autoestrada)
Como podem ver a autoestrada... deveria ter um separador central... mas foi "roubado". As pessoas passam a autoestrada como se de uma rua normal se tratasse. Não usam as passagens aereas logo fica uma confusão e uma aventura conduzir por aqui!
Deixo-vos as fotos!
Logo que passamos esta portagem a paisagem começa lentamente a ser modificada. Passamos pela Matola (cidade fora da grande cidade – onde também já pensámos arranjar casa) e seguimos em direccção a Boane.
Em Boane é tempo de um pequeno almoço tradicional. Um prego e um sumo a acompanhar. Com algum azar o meu prego tem um acidente de percurso e antes de pousar no meu estomago ou até na mesa da esplanada tem um encontro imediato com o chão fazendo ricochet no tornezelo da Ana... Volta para trás e volta para a esplanada um prego “novo”... será que era o meu que havia caído? Pois a velocidade com que voltou foi impressionante... Bem, atendimento mediocre mas pelo que me foi dito o patrão não estava... e as empregadas ainda deviam estar “chonadas” (leia-se tchonadas) com a farra da noite anterior.
De novo na estrada, com a paisagem a ficar cada vez mais de montanha, reparamos que não temos máquina fotográfica para vos mostrarmos e partilharmos todas estas paisagens. No caminho, encontrámos 2 cobras uma viva a fugir na estrada e outra que não teve tanta sorte.
Uns kilometros à frente, paramos o carro, numa banca de estrada para comprar uma das delícias que já encontrei por cá! Cana de Açucar! Delicioso, comprámos 3 canas (com 2 metros e meio cada) por 12 meticais...
A viagem prossegue e ao longe já conseguímos avistar a serra dos Pequenos Libombos e a barragem com o mesmo nome. Pequenos Libombos??? Acreditem que de pequenos não têm nada... é das maiores se não a maior elevação do Sul de Moçambique... conta com uma altitude que ultrapassa os 1000 metros... Os nossos ouvidos comprovaram isso!
Ẽsta viagem que nos levou a Goba, a convite de uma colega e do marido foi para conhecermos a quinta (machamba) dos nossos colegas, estamos com vontade de ter algo do género e estamos a apalpar terreno.
Ementa? Sabor a Portugal, Sardinha assada, chouriço assado e um petisco preparado por mim... Salada de alho com pimento... segundo algumas pessoas que dizem que abusei no alho.
A tarde passou-se bem, ainda pudemos ver a 40 metros a fronteira com a Swazi (Swazilandia). Esta passagem ficará para breve... assim que sairem os documentos da Ana... Soubémos hoje, que FINALMENTE, dia 7 de Maio estarão prontos!
Regressámos a Maputo já de noite, cansados mas com a certeza que foi um dia bem passado e na cabeça a ideia de um dia ter uma quinta assim!
P.S. - Depois de um dia como este, de viagem e pó, ao chegar a casa constatámos que não havia água... chegou já passava das 4 da manhã...
Estamos juntos até com poeira
João e Ana