terça-feira, 14 de abril de 2009

Inhaca (4, 5, 6 e 7 de Abril)

(ANA)
No dia 4 de Abril, partimos cedo para a ilha da Inhaca. O trajecto foi feito de barco, mas não correu muito bem, pelo menos para mim. Enquanto eu ficava deitada de olhos fechados numa incessante luta contra o enjoo, o João bebia cerveja com 4 sul-africanos.
A 10 minutos da chegada tive que fazer a vontade ao estômago. Tirei fotos para ver o meu aspecto, mas não ficou tão mal quanto esperava.


Chegados a terra a cara já era outra, pois a paisagem era paradisíaca, de tal forma que o João se agarrou logo aos coqueiros!! Acho que ele me queria oferecer-me uma flor, mas isto foi o melhor que se pode arranjar.




Fomos então para o local onde iríamos ficar alojados. Não era 4 estrelas como o resort do Hotel Pestana, mas era simpático. Este era o nosso quarto e a entrada para o mesmo. Em baixo, a casa de banho (sanitas), que era para uso de todos os hóspedes. Os chuveiros, também eles típicos de quem se tem que adaptar ao meio, e, se repararem bem, na parte detrás tem uma porta azul, onde fica a zona das sanitas.






Depois de termos deixado as nossas coisas no quarto fomos para a aldeia, afinal de contas, o sabor azedo ainda se mantinha na minha boca e garganta, precisava urgentemente de ingerir alguma coisa. Nada melhor do que um lanho (côco quando ainda verde, logo com água de côco). Para mim a experiência já era mais que repetida, apesar de não ser muito fã da água do côco, mas para o João era a primeira vez e vejamos….



Acho que ele também não ficou adepto da coisa, pois caso isso se tivesse verificado não teria tido a oportunidade de ter tirado esta foto logo de seguida,




Ainda estávamos em Maputo quando eu conheci o dono do barco, o tio António, foi ele que nos indicou o restaurante onde passámos a ir todo o tempo, o CARIOCA!! Aqui passámos tempos e tempos, com o dono (português), a mulher (moçambicana), a filhinha, o tio António e quem mais passasse.





À custa do João falar para toda a gente que estávamos casadinhos de fresco é que ele começou a beber cerveja no barco, com aqueles que estão sentados na foto em cima. Como eles não estavam contentes, acharam que ainda se haveria de fazer um outro brinde! Se há pouco comigo tinha bebido água de lanho, desta vez foi mesmo uma água-ardente que ele teve que beber com os sul-africanos… Virgem Maria, aqueles tipos eram esponjas, para além de comerem até cair para o lado... mas não caíram, pois fomos todos juntos ver o farol e a baleia que tinha dado à costa. Esta viagem foi uma aventura…sentados na traseira de uma pick-up, de olhos bem abertos para que nenhum tronco de uma árvore nos decapitasse, lá fomos ver a baleia, à qual estavam a tirar a carne. Mas se a viagem até à praia parecia ser uma peripécia daquelas à antiga, o que vos poderei dizer da subida para o farol?!… imaginem uma estrada de areia (como todas na ilha), onde só cabe um carro, toda ela a subir, com algumas curvas, uma delas de 180º, a juntar à vegetação que anseia por nos arrancar a cabeça. Pois é….uma aventura mas daquelas que nos fazem perceber o quão bom é estar vivo para sentir e assistir tudo o que de bom a vida tem.







Fazendo um resumo e passando para o dia seguinte, fomos tomar o pequeno-almoço ao hotel Pestana. Por pessoa pediam 15 dólares e nós fizemos lá uma tamanha jogatana, que acabámos por comer o que queríamos, oferecendo à empregada de mesa 200 meticais (6 ou 7 euros), poupando desta forma, mais de 20 euros.





Depois de alimentados, decidimos ir visitar o museu da biologia marítima, mas não fazíamos a mínima ideia o que nos esperava. Uma caminhada junto ao mar de pelo menos uma hora, para cada lado. Apanhei um escaldão, mas tudo bem! O museu parou um pouco no tempo e é pequenininho, mas é giro ver espécies que existem ali na ilha, muitas delas venenosas. O museu, além de ter espécies marinhas alargou o leque para as espécies terrestres (foto da pele de piton + lagarto). Aqui vai uma amostra da caminhada e do museu.















No terceiro dia já tínhamos um convite para almoçar com um outro sul-africano que anda a fazer alguns investimentos na ilha. Um senhor com pouco dinheiro, se é que me faço entender. Este almoço, que se tornou jantar pois com alguns atrasos só chegámos ao local a horas de jantar e de tomar mais uma banho no Índico.
A companhia e a comida estavam divinais... disse-se ainda que aquele guisado era da baleia que tinha dado à costa... mas não! Carne e peixe do melhor! Feito ali no momento, sempre com o mar à vista! Jantar regado com cerveja e gin tónico!




Pronto, com esta foto toda ao estilo monárquico, nos despedimos por hoje.



Ana e João
Beijinhos e tátá.



4 comentários:

Miriam disse...

Olá João e Ana
Comecei a ler os posts do João com regularidade mas, desde o meio de Março que deixei de ter tempo para o fazer e, eis que quando voltei a fazê-lo, hoje, me deparo com a notícia do vosso casamento. Muitos parabéns meus queridos. Vocês estão lindos (e são lindos, claro!). E, Ana, até a cara do enjoo te fica bem. Continuem a dar notícias, as vossas descrições são cheias de vida, de cor e de cheiro de África, é-me muito fácil imaginar a vida do dia a dia a decorrer aí como se lá estivesse tb.
Sejam felizes. Gosto muito de vocês.
Um grande beijinho da,
Miriam

Carolino disse...

Gostei.
Era bom que continuassem, regularmente, com este blog pois é uma maneira de irmos estando em contacto.
Beijinhos do
João André

Manuela disse...

Este comentário é especialmente para a noiva! Até enjoada estás linda!
As fotografias fizeram o nosso imaginário funcionar, o pôr do sol fantástico e o areal a perder de vista!
Agora para o noivo: muita cerveja!Nem sei como o mal disposto não eras tu!
Continuem a escrever-nos! Os seguidores são muitos e tenho a certeza que alguns deles só não escrevem porque se acanham!! Todos sem excepção vão ao blog regularmente para saber notícias vossas! Beijinhos e abraços da mãe

Anônimo disse...

Olá João e Ana

Tenho acompanhado, embora sem entrar no blog por falta de tempo. Parabéns pelo casamento. E também pela aventura. A dois, além de mais rica, pelos quatro olhos a descreverem o ambiente, é muito mais feliz. Como mudaram os textos! E eu bem pressinto que as angústias de viver num país difícil lá continuam, mas a adaptação é evidente e as paisagens chegam-nos cromáticas e cheirosas como se também fossem verdade para os que continuam do lado de cá dos ecrãs dos computadores. Ah, já me esquecia, quase me emocionei com a descrição da feira do pau. O bulício, o negócio, o calor, as trocas de peças lindíssimas por poucos meticais bem discutidos, foi um dos pedacinhos de maputo que me ficou cá dentro. E que continua bem presente no espanta-espíritos composto com peixes de madeira pintados de azul que balouçam suavemente na minha casa de praia.

Um grande abraço

Cecília