sábado, 25 de setembro de 2010
Ao vosso casamento!
Porque hoje é o teu dia!
Porque hoje é o vosso dia!
Porque hoje se casam!
Juntem-se ao clube!
Nós torcemos por vocês!
Nós gostamos muito de vocês e a voces brindamos!
Estamos juntos!
JH e AF
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Fim de semana
Um amigo escreveu:
"aqui à proa sou mais do que eu... sou um povo que quer o bar que é teu"
Neste fim de semana, algures entre Maputo e Madagáscar
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
4 agentes da PRM desabafam sobre os acontecimentos de 1 e 2 de Setembro
Num depoimento emocionante, quatro agentes revelam com exclusividade ao @Verdade o enredo do 1 e 2 de Setembro, as ameaças aos jornalistas, as balas perdidas, as dificuldades da profissão, o “negócio” da escolta e a dor de disparar no rosto de um problema que também é o
deles: as manifestações contra o custo de vida…
João Sem Vontade*, com 7 anos na Polícia, foi um dos agentes da lei e ordem que reprimiu as manifestações populares de 1 de Setembro contra o custo de vida, mas nem por isso deixa de ser vítima da alta de preços de bens de primeira necessidade. “Um polícia recebe 3500 meticais e um saco de arroz de 50 quilos custa 1550”, afirma cabisbaixo. Obede Carlos*, funcionário da Polícia há dez anos, não fala do preço do arroz, mas diz que cortou, por conta do custo de vida, o sabão líquido das suas despesas mensais. O frigorífico, por exemplo, “já não funciona 24 horas porque a energia também subiu”.
Jacinto Jacinto*, com 13 anos na corporação, não sabe o que é comprar um saco de arroz de 50 quilos há cinco anos. “Compro o saco de 25 quilos porque se optar pelo de 50 fico sem dinheiro para o carvão, o açúcar e para o transporte”, diz.
Silvério Silvério*, há 16 anos na Polícia, concorda com Jacinto, mas acrescenta que “por este andar, em Dezembro trocaremos o saco de 25 quilos pelo de 10. O arroz sobe todos os dias”, desabafa.
Balas perdidas
“Aquelas pessoas manifestaram-se por nós (polícias) já que não podíamos estar no meio delas”, garante. A seguir mostra que a AKM é uma arma muito traiçoeira. “Um tiro para o ar pode, no caso de encontrar uma parede ou um objecto sólido, ganhar outra direcção e atingir uma pessoa mortalmente”, justifica João, numa alusão ao facto de, na sequência dos protestos, a opinião pública ter acusado, na generalidade, os polícias de ter atirado para matar. “O que não quer
dizer que os polícias tenham atirado em exclusivo para o ar. Houve colegas que dispararam para a população e até para pessoas indefesas”, comenta Silvério.
Na verdade, diz Jacinto Jacinto*, que trabalhou num dos pontos onde a manifestação popular foi mais violenta, Xiquelene, “a Polícia não tinha como conter os ânimos, os manifestantes atiraram pedras. O carro da terceira esquadra ficou sem o vidro traseiro. Alguns comandantes ficaram feridos. Não é verdade que usamos apenas balas de borracha. Em Xiquelene, por exemplo, o carro da Polícia não voltou por causa dos manifestantes. Voltou porque já não tinha balas, tanto reais como de borracha”, esclarece. O bairro do Jardim e Magoanine completam com Xiquelene o trio que elevou a violência aos níveis mais altos nos dias 1 e de Setembro. O bairro do Triunfo e Av. Acordos de Lusaka vêm na segunda divisão da violência.
No Xiquelene, por exemplo, para a Polícia chegar até a ponte que fica no fundo do mercado, na Av. Julius Nyerere, foi preciso a intervenção de uma coluna.
Morreram mais do que dizem
Depois dos protestos, os números oficiais contavam 13 mortos e 400 feridos, mas João não acredita. “Morreram mais pessoas, mas os dados não foram avançados.” Em alguns casos a Polícia foi negligente e Obede cita o que aconteceu no bairro Luís Cabral, onde um jovem foi
perseguido e atingido mortalmente com balas reais.
Polícia também é povo
“Trabalhamos 30 dias e o salário só dura três ou cinco”, diz e acrescenta: “Muitos dos que queimaram pneus e atiraram pedras fazem contas para chegar ao fim do mês.” Por isso, garante, “não é fácil estar por detrás da arma que dispara contra o povo. Até porque esse povo “é nossa imagem e semelhança”. Aliás, “quem não tem pão somos nós; quem reclama o custo de vida somos nós; o gás e o arroz subiram para o povo e, como deve calcular, com o salário do polícia não é possível não sentir os efeitos desse problema. Por isso, não é difícil concluir que, apesar do fardamento, também somos parte do povo.
Efectivamente, “é fácil condenar, mas antes é preciso compreender que, se fosse possível, estaríamos do lado dos que reclamavam pelo custo de vida. Bem no fundo, nós estávamos a torcer para que tudo desse certo”, refere. Na verdade, “disparar contra o povo foi um acto de dor”, afirma.
No entanto, as manifestações, no entender de João, não pararam por conta da acção da Polícia. O povo não se organizou para o efeito e as pessoas que estavam na rua vivem de pequenos biscates. “O dinheiro que fazem na rua serve para resolver problemas imediatos e, passados dois
dias, já não tinham o que comer e foi por isso que voltaram ao trabalho”, acredita.
Os agentes ouvidos pelo @Verdade concordam com as manifestações, desde que não sejam violentas. “Apoiaremos uma greve pacífica”, diz João Sem Vontade. “Se as pessoas cruzarem os braços e não fizerem nada, como os madgermanes, a Polícia não tem razões para reprimir esse tipo de greve”, acrescenta Obede Carlos.
O trauma
Quando Silvério entrou para a Polícia, jamais pensou que o preço do sonho de manter a ordem pública, cultivado por milhares de jovens moçambicanos como ele, se tornaria uma cicatriz, gravada para sempre na sua vida sob a forma de um trauma. “Não me consigo esquecer do
Hélio”, confessa. Estava no carro de onde saiu o tiro que o atingiu. Silvério só não diz quem disparou. “Éramos muitos e é difícil saber de quem foi o tiro nestas circunstâncias. No entanto, vou viver com a incerteza de ter sido meu. É uma marca me que vai perseguir até à cova. E o pior é que não era alguém que estava na manifestação. Soube pelos jornais que se tratava de um estudante. Como é que podes viver em paz quando as imagens mostram sangue e livros?” Acrescenta: “Talvez Hélio tivesse, um dia, a instrução que eu não tive.”
Uma profissão miserável
Obede Carlos fala abertamente sobre os perigos da profissão. “A Polícia não tem meios para reprimir o crime. Não temos protecção nenhuma e estamos à mercê dos malfeitores. Não temos subsídio de risco e o salário, já se sabe, é uma vergonha. Isto é uma profissão para sobreviver.” João não gosta do que faz e se pudesse arranjava outro trabalho, mas confessa que não tem “outro modo de vida”. Silvério é ainda mais contundente: “Se eu morrer a minha família fica na maior desgraça.”
Silvério diz que a situação melhorou mas reconhece que os meios não são os mais adequados. “Actualmente conseguimos cobrir a cidade por causa das viaturas, mas não é normal o polícia fazer 24 horas de serviço, sem descanso e refeição.
Como não é possível regressar aos nossos lares para passar as refeições, temos de gastar o nosso dinheiro para nos alimentarmos. Nestes dias temos direito a alimentação, mas é só por conta das
manifestações”, revela João. Depois disto, “o luxo vai acabar.”
Segundo as nossas fontes, alguns membros da corporação trabalharam mais do que 72 horas. Obede, com o dedo em riste, diz que é um deles. “Trabalhei terça, quarta, quinta”. Jacinto afirma que “o polícia, por norma, trabalha 24 horas, mas mesmo isso é desumano. Ninguém trabalha 24 horas”. No entender de João, isso é escravatura. Aliás, algumas mortes podem ser explicadas pelo cansaço dos homens da lei. “Olha para o caso de Obede quando enfrentou a população já tinha mais de 24 horas. Que discernimento é que ele tinha para lidar com a situação?”
Andar com arma é um risco
Apesar de reconhecerem que os polícias não têm meios para a sua defesa pessoal julgam que “não ter arma é uma protecção. Quando as pessoas sabem que tens uma arma perseguem-te e corres o risco de ser assassinado, mas o pior é quando te roubam a arma. Como justificas?
* Nomes fictícios
deles: as manifestações contra o custo de vida…
João Sem Vontade*, com 7 anos na Polícia, foi um dos agentes da lei e ordem que reprimiu as manifestações populares de 1 de Setembro contra o custo de vida, mas nem por isso deixa de ser vítima da alta de preços de bens de primeira necessidade. “Um polícia recebe 3500 meticais e um saco de arroz de 50 quilos custa 1550”, afirma cabisbaixo. Obede Carlos*, funcionário da Polícia há dez anos, não fala do preço do arroz, mas diz que cortou, por conta do custo de vida, o sabão líquido das suas despesas mensais. O frigorífico, por exemplo, “já não funciona 24 horas porque a energia também subiu”.
Jacinto Jacinto*, com 13 anos na corporação, não sabe o que é comprar um saco de arroz de 50 quilos há cinco anos. “Compro o saco de 25 quilos porque se optar pelo de 50 fico sem dinheiro para o carvão, o açúcar e para o transporte”, diz.
Silvério Silvério*, há 16 anos na Polícia, concorda com Jacinto, mas acrescenta que “por este andar, em Dezembro trocaremos o saco de 25 quilos pelo de 10. O arroz sobe todos os dias”, desabafa.
Balas perdidas
“Aquelas pessoas manifestaram-se por nós (polícias) já que não podíamos estar no meio delas”, garante. A seguir mostra que a AKM é uma arma muito traiçoeira. “Um tiro para o ar pode, no caso de encontrar uma parede ou um objecto sólido, ganhar outra direcção e atingir uma pessoa mortalmente”, justifica João, numa alusão ao facto de, na sequência dos protestos, a opinião pública ter acusado, na generalidade, os polícias de ter atirado para matar. “O que não quer
dizer que os polícias tenham atirado em exclusivo para o ar. Houve colegas que dispararam para a população e até para pessoas indefesas”, comenta Silvério.
Na verdade, diz Jacinto Jacinto*, que trabalhou num dos pontos onde a manifestação popular foi mais violenta, Xiquelene, “a Polícia não tinha como conter os ânimos, os manifestantes atiraram pedras. O carro da terceira esquadra ficou sem o vidro traseiro. Alguns comandantes ficaram feridos. Não é verdade que usamos apenas balas de borracha. Em Xiquelene, por exemplo, o carro da Polícia não voltou por causa dos manifestantes. Voltou porque já não tinha balas, tanto reais como de borracha”, esclarece. O bairro do Jardim e Magoanine completam com Xiquelene o trio que elevou a violência aos níveis mais altos nos dias 1 e de Setembro. O bairro do Triunfo e Av. Acordos de Lusaka vêm na segunda divisão da violência.
No Xiquelene, por exemplo, para a Polícia chegar até a ponte que fica no fundo do mercado, na Av. Julius Nyerere, foi preciso a intervenção de uma coluna.
Morreram mais do que dizem
Depois dos protestos, os números oficiais contavam 13 mortos e 400 feridos, mas João não acredita. “Morreram mais pessoas, mas os dados não foram avançados.” Em alguns casos a Polícia foi negligente e Obede cita o que aconteceu no bairro Luís Cabral, onde um jovem foi
perseguido e atingido mortalmente com balas reais.
Polícia também é povo
“Trabalhamos 30 dias e o salário só dura três ou cinco”, diz e acrescenta: “Muitos dos que queimaram pneus e atiraram pedras fazem contas para chegar ao fim do mês.” Por isso, garante, “não é fácil estar por detrás da arma que dispara contra o povo. Até porque esse povo “é nossa imagem e semelhança”. Aliás, “quem não tem pão somos nós; quem reclama o custo de vida somos nós; o gás e o arroz subiram para o povo e, como deve calcular, com o salário do polícia não é possível não sentir os efeitos desse problema. Por isso, não é difícil concluir que, apesar do fardamento, também somos parte do povo.
Efectivamente, “é fácil condenar, mas antes é preciso compreender que, se fosse possível, estaríamos do lado dos que reclamavam pelo custo de vida. Bem no fundo, nós estávamos a torcer para que tudo desse certo”, refere. Na verdade, “disparar contra o povo foi um acto de dor”, afirma.
No entanto, as manifestações, no entender de João, não pararam por conta da acção da Polícia. O povo não se organizou para o efeito e as pessoas que estavam na rua vivem de pequenos biscates. “O dinheiro que fazem na rua serve para resolver problemas imediatos e, passados dois
dias, já não tinham o que comer e foi por isso que voltaram ao trabalho”, acredita.
Os agentes ouvidos pelo @Verdade concordam com as manifestações, desde que não sejam violentas. “Apoiaremos uma greve pacífica”, diz João Sem Vontade. “Se as pessoas cruzarem os braços e não fizerem nada, como os madgermanes, a Polícia não tem razões para reprimir esse tipo de greve”, acrescenta Obede Carlos.
O trauma
Quando Silvério entrou para a Polícia, jamais pensou que o preço do sonho de manter a ordem pública, cultivado por milhares de jovens moçambicanos como ele, se tornaria uma cicatriz, gravada para sempre na sua vida sob a forma de um trauma. “Não me consigo esquecer do
Hélio”, confessa. Estava no carro de onde saiu o tiro que o atingiu. Silvério só não diz quem disparou. “Éramos muitos e é difícil saber de quem foi o tiro nestas circunstâncias. No entanto, vou viver com a incerteza de ter sido meu. É uma marca me que vai perseguir até à cova. E o pior é que não era alguém que estava na manifestação. Soube pelos jornais que se tratava de um estudante. Como é que podes viver em paz quando as imagens mostram sangue e livros?” Acrescenta: “Talvez Hélio tivesse, um dia, a instrução que eu não tive.”
Uma profissão miserável
Obede Carlos fala abertamente sobre os perigos da profissão. “A Polícia não tem meios para reprimir o crime. Não temos protecção nenhuma e estamos à mercê dos malfeitores. Não temos subsídio de risco e o salário, já se sabe, é uma vergonha. Isto é uma profissão para sobreviver.” João não gosta do que faz e se pudesse arranjava outro trabalho, mas confessa que não tem “outro modo de vida”. Silvério é ainda mais contundente: “Se eu morrer a minha família fica na maior desgraça.”
Silvério diz que a situação melhorou mas reconhece que os meios não são os mais adequados. “Actualmente conseguimos cobrir a cidade por causa das viaturas, mas não é normal o polícia fazer 24 horas de serviço, sem descanso e refeição.
Como não é possível regressar aos nossos lares para passar as refeições, temos de gastar o nosso dinheiro para nos alimentarmos. Nestes dias temos direito a alimentação, mas é só por conta das
manifestações”, revela João. Depois disto, “o luxo vai acabar.”
Segundo as nossas fontes, alguns membros da corporação trabalharam mais do que 72 horas. Obede, com o dedo em riste, diz que é um deles. “Trabalhei terça, quarta, quinta”. Jacinto afirma que “o polícia, por norma, trabalha 24 horas, mas mesmo isso é desumano. Ninguém trabalha 24 horas”. No entender de João, isso é escravatura. Aliás, algumas mortes podem ser explicadas pelo cansaço dos homens da lei. “Olha para o caso de Obede quando enfrentou a população já tinha mais de 24 horas. Que discernimento é que ele tinha para lidar com a situação?”
Andar com arma é um risco
Apesar de reconhecerem que os polícias não têm meios para a sua defesa pessoal julgam que “não ter arma é uma protecção. Quando as pessoas sabem que tens uma arma perseguem-te e corres o risco de ser assassinado, mas o pior é quando te roubam a arma. Como justificas?
* Nomes fictícios
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Ensaio: A idade do fado
Ensaio por JH
Que idade tem o fado?
A resposta é simples! 28! O fado tem vinte e oito anos! Foi este o tempo que o demorei a descobrir. Foi o tempo que precisei para o apreciar. Talvez movido pela distância, talvez pelos fados que tenho ouvido que a AF tão gentilmente me faz ouvir nos nossos passeios de carro por terras tão distantes.
Quando sentimos o fado, ouvindo-o, puxamos sempre para alguns sentimentos, cada verso é sentido de forma diferente de pessoa para pessoa.
Posso ter despertado tarde para o fado. Fado esse que não é mais que a expressão mais conhecida (internacionalmente) da musica portuguesa, reconhecida em todo o mundo. O fado traz-nos a tristeza e alegria através do canto!
Hoje quero partilhar convosco a minha interpretação de um fado, escrito em Moçambique, um dos fados mais conhecidos mundialmente, com certeza.... uma casa portuguesa.
(a azul estará a minha interpretação e porque gosto tanto deste fado)
Numa casa portuguesa fica bem
pão e vinho sobre a mesa.
Quando à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem essa fraqueza, fica bem,
que o povo nunca a desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.
(assim gostaria de ser recebido! Assim vejo as minhas chegadas a Portugal, onde sempre cabe mais um/dois à mesa para partilhar aquilo que se tem e o que não se tem!)
Quatro paredes caiadas,
(as paredes das "nossas" casas!)
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
(imagem típica de Portugal.... saudadessss)
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
(os braços da família e dos amigos! Os braços, que sabemos, que estarão sempre à nossa espera)
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho.
A cortina da janela e o luar,
mais o sol que gosta dela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar
uma existência singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tigela.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
(Que saudades de Portugal, que saudades do que é "nosso"!)
Estamos juntos pelos caminhos do fado!
Vou tentar "escutar", e logo interpretar, todo e qualquer fado que me "toque" e partilhar com vocês!
Embora tenha a certeza que muito mais haveria por dizer, quero vos dizer que sempre que oiço este fado, a minha cabeça viaja para Portugal! Se não estiver a conduzir, fecho os olhos, e viajo para Portugal! Para perto de vocês! Para perto do que é nosso!
Que saudades de todos vocês! Que saudades!
Mas tenho a impressão, que se tivesse em Portugal não ouviria com estes ouvidos os fados da mesma maneira! Seria mais uma cançao!
Mas, lembro logo outro fado docinho...
Que idade tem o fado?
A resposta é simples! 28! O fado tem vinte e oito anos! Foi este o tempo que o demorei a descobrir. Foi o tempo que precisei para o apreciar. Talvez movido pela distância, talvez pelos fados que tenho ouvido que a AF tão gentilmente me faz ouvir nos nossos passeios de carro por terras tão distantes.
Quando sentimos o fado, ouvindo-o, puxamos sempre para alguns sentimentos, cada verso é sentido de forma diferente de pessoa para pessoa.
Posso ter despertado tarde para o fado. Fado esse que não é mais que a expressão mais conhecida (internacionalmente) da musica portuguesa, reconhecida em todo o mundo. O fado traz-nos a tristeza e alegria através do canto!
Hoje quero partilhar convosco a minha interpretação de um fado, escrito em Moçambique, um dos fados mais conhecidos mundialmente, com certeza.... uma casa portuguesa.
(a azul estará a minha interpretação e porque gosto tanto deste fado)
Numa casa portuguesa fica bem
pão e vinho sobre a mesa.
Quando à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem essa fraqueza, fica bem,
que o povo nunca a desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.
(assim gostaria de ser recebido! Assim vejo as minhas chegadas a Portugal, onde sempre cabe mais um/dois à mesa para partilhar aquilo que se tem e o que não se tem!)
Quatro paredes caiadas,
(as paredes das "nossas" casas!)
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
(imagem típica de Portugal.... saudadessss)
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
(os braços da família e dos amigos! Os braços, que sabemos, que estarão sempre à nossa espera)
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho.
A cortina da janela e o luar,
mais o sol que gosta dela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar
uma existência singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tigela.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
(Que saudades de Portugal, que saudades do que é "nosso"!)
Estamos juntos pelos caminhos do fado!
Vou tentar "escutar", e logo interpretar, todo e qualquer fado que me "toque" e partilhar com vocês!
Embora tenha a certeza que muito mais haveria por dizer, quero vos dizer que sempre que oiço este fado, a minha cabeça viaja para Portugal! Se não estiver a conduzir, fecho os olhos, e viajo para Portugal! Para perto de vocês! Para perto do que é nosso!
Que saudades de todos vocês! Que saudades!
Mas tenho a impressão, que se tivesse em Portugal não ouviria com estes ouvidos os fados da mesma maneira! Seria mais uma cançao!
Mas, lembro logo outro fado docinho...
Tudo isto existe
Tudo isto é tristeTudo isto é fado
Estamos juntos o que é tão bom, apesar desta distância que nem sempre torna fácil matar saudades!!!
JH
terça-feira, 7 de setembro de 2010
E a vida regressa à normalidade
Olá!
Depois dos últimos dias com notícias que chegaram a Portugal e a outros cantos da Europa, Moçambique volta à tranquilidade.
Hoje, 7 de Setembro, em Moçambique assinaça-se o dia em Homenagem à assinatura dos Acordos de Lusaka. Chamam o dia da vitória.
Já deu para passear, como um feriado normal. Pouco trânsito e as pessoas parecem ja ter esquecido o que sucedeu há dias.
Ontem regressei à normalidade.
Regressei à escola. Alunos havia poucos! Na minha turma havia 11 alunos dos 22 existentes na lista da turma. Calculei logo que isso acontecesse! Os pais ou sentiam ainda alguma insegurança ou aproveitaram o feriado de hoje para ir passear. Não sei! Mas uma das duas causou os poucos alunos que tive num tardio primeiro dia de aulas.
Os alunos estão grandes! Não me recordo de ter assinado a autorização para que continuassem a crescer! Vê-se uma grande diferença!
Fiquei contente de estar com eles de novo!
É tão bom estar de volta!
JH
Depois dos últimos dias com notícias que chegaram a Portugal e a outros cantos da Europa, Moçambique volta à tranquilidade.
Hoje, 7 de Setembro, em Moçambique assinaça-se o dia em Homenagem à assinatura dos Acordos de Lusaka. Chamam o dia da vitória.
Já deu para passear, como um feriado normal. Pouco trânsito e as pessoas parecem ja ter esquecido o que sucedeu há dias.
Ontem regressei à normalidade.
Regressei à escola. Alunos havia poucos! Na minha turma havia 11 alunos dos 22 existentes na lista da turma. Calculei logo que isso acontecesse! Os pais ou sentiam ainda alguma insegurança ou aproveitaram o feriado de hoje para ir passear. Não sei! Mas uma das duas causou os poucos alunos que tive num tardio primeiro dia de aulas.
Os alunos estão grandes! Não me recordo de ter assinado a autorização para que continuassem a crescer! Vê-se uma grande diferença!
Fiquei contente de estar com eles de novo!
É tão bom estar de volta!
JH
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Actualização
Estamos bem, estamos em casa!
Temos comida para alguns dias!
Dizem que ainda vai durar mais 2 ou 3 dias!
Vamos aguardar e vamos dando novidades
João e Ana com tiroteios que hoje nao param....
Temos comida para alguns dias!
Dizem que ainda vai durar mais 2 ou 3 dias!
Vamos aguardar e vamos dando novidades
João e Ana com tiroteios que hoje nao param....
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