segunda-feira, 30 de março de 2009

Mercado do Pau

(depois deste post existe outro novo também!)

Todos os Sábados, na baixa de Maputo, reunem-se vários vendedores de rua para mostrarem a sua arte e o seu artesanato.

Como em todos os mercados estão em campo duas equipes.

A primeira os vendedores. A sua arte é vender ao estilo marroquino!! Dizem:"custa 600, mas podemos falar, conversar","Diga lá mamã/chefe, quanto quer dar?" E assim começa o negócio. 0 artesanato varia consoante o jeito que têm para a vida, que vai desde coisas em madeira, venda ambulante de caju e de amendoim, peças de roupa com os tecidos tipicos, brincos e colares e também pintura. Esta ultima, pode ser em tela com ou sem caixilho ou como dizem por aqui "caisquilho" (tentei explicar o porquê de se dizer caixilho, mas não valeu de nada) ou então os famosos "batiks". O batik é um pano que é pintado com umas quaisquer gorduras ilustrando situações de vida locais.
quando ainda não nos convenceram a comprar, eles começam a alegar muitas coisas! A melhor desculpa é sempre aquela "Ainda não comi nada hoje!" - nesta ainda posso ajudar - mas logo em seguida vem outra "Ainda não vendi nada hoje!" - mas nesta o mal não é meu, penso eu! Mas a melhor de todas mesmo ouvi quando já íamos a meio da feira e um vendedor me diz "Oh amigo! Preciso de vender, para amanhã ir ao estádio na Machava!"... Eu que já não vejo um jogo do meu Benfica há coisa de 1 mês, lá ia patrocinar uma ida ao jogo Moçambique - Nigéria???

A outra equipe, somos nós, compradores de artesanato, e muito atentos... uns mais que outros... A primeira regra neste tipo de mercados não varia muito dos mercados a que vamos em Portugal. Devemos andar sempre com notas pequenas, em bolsos estudados. Se pedem 100 meticais por algo, vamos ao bolso das notas de 50 e começamos a regatear só com uma nota na mão. A segunda regra é começar a regatear por metade do preço que nos dizem, ou então como a Ana, que dispara um preço, baixissimo e daí começa o seu negócio, acabando ela também por dizer que precisa de dinheiro para depois ir comer....

(Ana Filipa) ... o meu negócio foi: vi um suporte de velas (lamparinas) e perguntei o preço e ele disse: "são 650, mas vamos conversar" e eu disse logo:"xiii...caroooo" mas aqui para nós, eu ainda não tenho o câmbio na cabeça, só estava a fazer o meu papel. e ele começou o seu negócio: "mas quanto quer dar?"....e eu como ainda não estou perita nos preços respondi:"o menos possivel"...bem para resumo da coisa, trouxe por 500 meticais a base das velas, uma lança em pau preto e um cinzeiro em sândalo, em que a parte exterior do mesmo conserva a casca da árvore. Ou seja, tudo por uns 15 euros, mais ou menos...mas ele não ficará sem resposta, pois ainda terei que negociar melhor!!! Fica para a próxima.


Tendo estas regras na cabeça vamos pedindo "mahala's" (borlas ou bonus)! - a primeira coisa que comprei, uma maquete de uma escola moçambicana em pleno mato. Pediam 380 meticais comprei por 200 (Ana Filipa) ... O João que já sabe dos preços/câmbios ainda está pueril nesta arte dos negócios, mas vai caminhando para lá!!
A segunda compra neste mercado foi de uns amendoins, 40 meticais de amendoim. Quando consumei esta compra, olhei em volta e a Ana já lá ia ao fundo! Fui rapidamente ter com ela! Este rapidamente claro que não é tal e qual eu gostava... Em 10 ou 15 metros sou abordado por vários vendedores que querem vender esta ou outra coisa. Ainda me tentaram vender uns batuques... a minha resposta era sempre a mesma "Se tiveres uma bateria até pensava nisso, agora "batuques..."".

(Ana Filipa) Os amendoins que o João comprou, tenho que deixar aqui escrito que estavam moles....ele compra sem provar!!! ahahahahah

Fomos seguindo e rapidamente já tínhamos muitos sacos nas mãos com coisinhas para nós.

Fica a pena o esquecimento da máquina fotográfica para vos podermos mostrar um pouco deste mercado que nos deixou vontade de lá voltar... Terá que ser noutro sábado! Mas ficamos em divida, por isso ainda poderemos colocar aqui a foto. De momento ficam somente com a tela que comprámos, que não deixa de ser um mercado também

João e Ana
Estamos juntos

Mais uma vez desculpas

Bom dia!
(o texto que se segue são pequenas compilações de alguns dias sem publicar)

Depois de alguns, mas sinceros, "ralhetes" de amigos, estamos de volta.

A Ana, está feliz, contente mas muito ocupada! Não tem tido mãos a medir com o seu novo trabalho como professora de um primeiro ano, numa escola agradável e onde tudo tem sido feito para lhe proporcionarem um bom ambiente.

Quanto a mim, depois de duas semanas incansaveis de trabalho, pude, finalmente, esta semana descansar, ou pelo menos mudar um pouco os meus hábitos de vida.

Depois das minhas aulas, vim ter com a Ana, para irmos ao Consulado. Que saudades de ver televisão! Saudades de sentir o "cheirinho" português, a simpatia, o sotaque etc...

Fomos ver, hoje, uma casa! Ou melhor vimos 3. Uma para nós e as outras duas foi o patrão da Ana que precisava de levar a rapariga da imobiliária lá para saber o preço a que ela conseguia alugar aquilo. Um à parte, ele era o arquitecto daquelas casas.

Uma delas impensável, por já ser uma casa habitada. Mas que adorei a forma como estava construída! A MasterSuite era fechada por código digital! Esta casa estava feita à medida! Tinha espaços separados para............................................................................................

A outra impensável também!!! No mesmo bairro (Triunfo), onde as rendas começavam a ser discutidas por valores acima dos 4.500 Us Dolars.

A outra casa, essa sim, a pensar em nós, o preço está, depois de discutido em 600 dollars. Pelo que se diz por aqui é um preço acessivel, mas ao contrário da Ana estou um pouco mais reticente em ir paralá. A casa tem 2 bons quartos, uma boa sala, uma cozinha e uma casa de banho. Fica numa das artérias principais de Maputo, mas ainda longe da Escola, no entanto, bem mais pertinho do trabalho da Ana. Fica num segundo andar, de um prédio que segundo a Ana é típico de Moçambique... Caso optemos por aquela casa, farei melhores detalhes, resta dizer que a casa não tem nada... não tem electrodomésticos nem tampouco mobília! Seria o começar do zero. O problema, tal como falei com a Ana, é que não sei se tenho forças neste momento para começar do zero! Se tiver que ser, aí sim, terei de achar forças para todo este processo.

Passaram-se alguns dias que trouxeram muitos desenvolvimentos nas nossas vidas. O casamento foi marcado. Estamos noivos. Vai ser um noivado curtinho! 1 semana! É já no próximo dia 3 de Abril. Seria possível logo no dia 1 de Abril, mas eu achei que se assim fosse ninguém acreditaria em nós. No dia 2, terei mais um dia cheio na escola, e assim ficou marcado para Sexta feira dia 3! A Ana tinha gostado do dia 2, pois seria no dia em que a avó faria anos, mas numa Quinta-feira não dava muito jeito!

Posso dar-vos já um cheirinho do programa das festas.
Na sexta iremos para o consulado. Às 13 é o casamento. onde a R. e o R. serão as testemunhas/padrinhos, pois foram duas das pessoas que me deram e me dão apoio.
Sábado seguiremos para a Ilha de 'nhaca ou Inhaca. Pensei levar a Ana de helicóptero, fazendo uma surpresa fantástica, mas não existe essa possibilidade e e estava na dúvida se a Ana acharia muita piada, a entrar num helicóptero. A questão agora reside se vamos de avião ou de barco. A viagem de avião custa (ida e volta) 90 dollars por pessoa e demora cerca de 15 minutos. Mas já ouvimos dizer que aterrar na Inhaca é uma aventura de "one life time"... De barco há duas hipoteses. Ou vamos no barco do Estado... custa 150 meticas (menos de 5 euros) ou vamos num catamaran de uma empresa de telemoveis - vodacom -. Esta segunda hipotese custa 10 vezes mais e em termos de tempo, o barco barato demora mais cerca de 30 minutos. A viagem é sempre 2 - 3 horas... A unica questão é que o barco do Estado costuma avariar, mas a Ana diz que quer ir neste, para ser uma aventura, além do mais, neste sente-se mais o "cheiro" a África, se é que me faço entender!!

terça-feira, 17 de março de 2009

Um pedido de desculpas a todos vocês

Bom dia visitantes!

Tenho ando muito ocupado, bom sinal, claro, do trabalho que comecei a desenvolver aqui. Trabalho esse a nível profissional mas também pessoal.

Se por um lado tenho tido pouco tempo para estar com a A. tenho estado muito ocupado com trabalhos na escola, fazendo esta semana um horário mais que completo.

Felizmente a A. já tem trabalho, o que me deixa mais tranquilo pois sei que está ocupada, entretida. Felizmente está a trabalhar com crianças, a fazer o que gosta e isso faz me feliz.

Já não vos escrevo faz tempo, mas entendam que por vezes é complicado, chegar a casa, jantar, tomar um banho e são logo horas para no dia seguinte ter mais do mesmo a acordar as 6 da manhã.

Não consigo esconder a minha ânsia de querer sair de Maputo. De querer conhecer outras terras... Sinto-me preso por não ter meios para sair daqui. Começamos a pensar comprar um carro para breve, agora que a situação da casa está mais controlada. Com carro será diferente e poderemos sair com maior tranquilidade com uma independência diferente.

Tenho saudades de conduzir. Para quem conduzia cerca de 400-500 km por semana, estar há mais de um mês sem pegar no carro, torna-se um pouco estranho. Sentimento que espero contrariar em breve, embora, como a A. diz, teremos que meter a diskete para conduzir à esquerda... e rotundas ao contrário e tal... Vai ser engraçado. Vamos ver!

Não tenho nada de mais para vos escrever, hoje vim aqui mesmo só para vos dizer que tanto a A. como eu estamos bem! Estamos felizes! Projectamos o futuro vivendo cada dia! É muito bom estar aqui! Tempo agradável... ontem teve frio... 30 graus... e hoje o termometro ainda não parou de subir! É África!

Continuo com o desejo de ir tomar um banho de praia... vamos ver quando é que isso poderá acontecer.

Cumprimentos para todos
e que saibam
Que estamos sempre juntos

P.S. - Em breve a A. também colaborará no blog!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Muito perto de 1 mês de África

Faz daqui a 2 dias um mês que aterrei neste novo país.

Sei bem que no ínicio escrevia, muito, todos os dias. Mas agora... sem internet em casa, resta-me os poucos e curtos momentos de pausa do trabalho e em casa, quando chego já nem forças tenho para estar acordado. Esta semana tem sido intensa. A próxima ainda será mais. Depois virão as avaliações e tempo de descanso e de fuga com a A. só será possivel em príncipio para o final de semana grande, do 1 de Maio. Aí sim, poderemos dar uma escapadinha, alugar um carro/jipe e fugir... sair daqui por uns dias, para descansar. A A. anda estoirada. Trabalho novo, uma turma nova, no outro canto da cidade. Ainda nao consegui ir levá-la lá ou ir buscar... Este meu horário e a ausência de automóvel deixa-nos mesmo dependentes. Ir a qualquer lado, como a um restaurante, café ou até à praia. Que confusão que me faz, ter esta imensidão de mar aqui e saber que se lá tomar banho "Ainda me cai um braço" (frase proferida por várias pessoas). É uma realidade que os locais se banham nesta baía. Uns vestidos, outros com fato de banho (ou serão cuecas) outros até como vieram ao mundo. Há uma grande descontracção e é frequente ver atrás de uma árvore um senhor com o "dito" na mão a aliviar-se... São coisas de África...

Sei que faltam alguns dias desde o dia 21, aqui no meu diário. Convidei a A., para que ela tambem, possa escrever aqui. Mas para já não temos internet em casa o que torna o nosso contacto para amigos muito mais dificil. Precisava de saber se para quem ela escreveu recebeu o seu testamento. Avisem-me!

Já alterei as definições para qualquer pessoa (anónimos como chamam no sistema do blogspot) possam comentar os meus posts... Os comentários são o comburente, a internet o combustivel e eu dou a ignição e o calor para estas postagens sairem. Eu sei! Não com a regularidade que gostaria ou melhor a regularidade que vocês gostariam de me ler...

A frase final de cada dia "Estamos Juntos" é uma frase que se usa muito por estas bandas. Significa que estamos na mesma onda... penso que é isso!

De momento é tudo,
o dever chama-me


Estamos juntos
Até logo, outro dia... quem sabe

segunda-feira, 9 de março de 2009

Dia 21 – Desculpa como te recebi...

Não foi uma noite agradável sempre com uma má disposição terrível fruto do pouco gelo e do ovo que estavam presentes no meu jantar de ontem... foi em doses pequenas e penso que isso provavelmente teria desencadeado todo o meu estado nesta noite.

Bem cedinho fui para o Aeroporto, e quando lá cheguei vi que o avião só deveria chegar passados 20 minutos. Decidi ir então para uma varanda do Aeroporto para ver se via o Avião a chegar. Espanto meu, quando vejo que o Avião já havia chegado. Fui para as chegadas dos passageiros e confesso que ia descontraído mas acima de tudo feliz. Ia encontrar a A., que já não nos víamos há coisa de 3 semanas. Quando me aproximei da zona de chegadas ouvi um “João!”... Olhei e fiquei sem reacção, não consegui expressar tudo aquilo que estava a sentir. Era uma alegria efusiva mas que por algum motivo ficou controlada e presa dentro de mim! Mas foi tão bom ver-te de novo! Foi mesmo muito bom!
Por outro lado, tu, depois de todas as complicações estavas triste, furiosa comigo, por não ter estado lá a horas. Mas tu sem Roaming e sem possibilidades de avisar que chegarias 1 hora mais cedo, como poderia saber eu isso. Desculpa-me!

Desculpa-me não te ter recebido melhor...

Lá fomos até casa para pousar tralhas e coisas assim.

Este dia foi passado entre compras para casa, e mesmo assim ainda nos faltam tantas coisas que só quando precisamos delas reparamos que estamos a começar uma nova vida, numa outra cidade, num outro país e num outro continente.

Foi um dia passado a descansar. Um dia para repousar e ganhar energias.

Juntos estamos melhor
Até amanhã

Dia 20 – Feira Popular e Oceano Índico

Sexta feira...
Fui para a escola, o dia correu bem, sempre com o pensamento com a A.
Depois das aulas fui para um restaurante à beira mar... não era bem à beira mar. Era a 3 ou 4 metros do OCEANO ÍNDICO! Fantástico! Adorei esta tarde. Claro que depois que cheguei a casa só queria dormir para no dia seguinte estar com a A.
Quando me preparava para me deitar reccebi uma chamada para ir jantar fora.

Lá fui, ao jantar!
Conhecer um sítio novo. Lá fui!
Fomos à feira popular, com a malta do costume. O jantar foi optimo, bem servido e nada caro. O jantar foram 400 Mt, cerca de 12 ou 13 euros. Mas aqui o engraçado é que janta-se muito tarde o que leva o fim do jantar para altas horas.



Fomos então à FACIM... também conhecida como Feira Popular. Tem uma roda gigante (na escala das formigas) e os carrinhos de choque são apenas resultado da azelhice de certos condutores.

Depois do jantar lá fui para casa, claro com pouco sono e um pouco mal disposto resultado de umas comidas que talvez não haveria de ter experimentado.

Amanhã será um óptimo dia!

Estamos juntos
Até amanhã

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dia 19 - Dia/Semanas em Cheio na EPM

Saudações a todos os visitantes, amigos e familia

Já não vos escrevo há alguns dias, por não ter net em casa mas principamente porque tenho andado com o tempo completamente ocupado.

Hoje entrei muito cedo na escola (hora habitual) e vou sair 10 horas mais tarde... Será por vários motivos mas servirá de estágio para o que vem a seguir. Duas semanas com um horário destes. Vou fazer duas formações. Uma de bibliotecas e outra de ensino da Matemática. Vão ser duas semanas em cheio completamente.

As aulas começam a correr melhor! Estamos no caminho certo.

Para além disso dei hoje a minha 4a aula de Filosofia para Crianças. Estou a gostar da experiência embora que esteja apenas a substituir um colega que tem faltado. E assim vou me entretanto e enriquecendo as minhas experiencias.

Falta tão pouco...
Mesmo pouco...

Daqui a 2 dias... 48 horas... Estarás cá! Todos me dizem que se vê na minha cara que esta hora está a chegar. Enfim...

Já faltou muito mais...


Estamos juntos (não tarda)
Até amanhã

terça-feira, 3 de março de 2009

Dia 16 - Que bom que era se estivessemos juntos

Depois de um diluvio, durante toda a noite e de uma tosse estranha que me acordou por diversas vezes, o dia acordou solarengo e quente.

Vim para a escola, mas hoje nem tempo tive para o pequeno almoço. Tomei na escola. Fui a correr para a sala para mais um momento de avaliação.

A manhã passou bem. Fui de boleia com a Rebecca que me deixou no Notário, para mais uma injecção de Africa. A Rebecca tinha-me alertado para algumas coisas, e eu fui la para comprovar. Hoje fui autenticar a fotocopia do meu passaporte. Fantastico! De novo 5 meticais... 15 cts de Euro... E eis se não quando... Ao pedir para me autenticarem tal documento, me devolvem o original... Então como é que eles comprovam tudo isso? Mais uma vez uma série de 5 ou 6 funcionários simpáticos lá tratavam de tudo. Em qualquer outra parte do Mundo, se um documento tem de ir do ponto A ao ponto B, usam-se estafetas ou até meios tecnologicos. Aqui é do melhor... Os documentos são lançados pelo ar, muitas vezes indo parar "junto da maçã do Newton" - Tudo o que sobe acaba por cair... E se não somos nós a dizer "Olhe essa papelada é minha!" arriscamo-nos a ficar lá horas e horas até reparar que os nossos documentos estão por baixo de outros tantos que não resistiram ao "enjoo de voo".

No camiinho para o almoço fiquei deliciado com uma paisagem que ainda não tinha conhecido. A passar numa rua, pela segunda vez, dei conta de um grupo de galinhas, ali em plena rua. É como se em Paris, por baixo do Arco do Triunfo lá tivesse uma criaçao de ovelhas, galinhas ou outra qualquer pecuária. Fiquei mesmo deliciado com aquilo que vi e pensei logo, será que não são os automóveis que destoam nesta cidade bem como todo o cimento que por aí existe.

--- Seguindo caminho ---

Fui para o Nautilus para mais uma refeiçao indiana e para poder aceder à internet e falar com Portugal. Pensei que estava tudo bem... não me apercebi, talvez, da gravidade da situação. Mas notícias sabidas mais tarde acalmaram-me.

Mais tarde, depois do almoço, e depois de ter comprado mais um Giro (Raspadinha com crédito para o telemovel) fui passear... Shopings... para preparar a chegada da A.

Que tarde louca onde tudo nos aconteceu, a mim e à Rebecca.
Para começar quando fomos para o carro pedi à Rebecca que abrisse o porta bagagens para lá colocar o meu computador e a minha pasta. A Rebecca tentava e tentava. Juro que ela tentou... mas em tudo o que ela tocava ouviam-se barulhos mas nada fazia abrir o porta bagagens. Finalmente lá abrimos o porta bagagens, mas com a chave... método tradicional... Porque raio os carros agora têm de ter estas coisas?
Lá nos fizemos ao caminho... Depois da chuva as estradas de Maputo estão uma autentica desgraça.
Há buraquinhos e outros que até lá cabe um carro! Mas isto é África!

A meio desta aventura por trânsito inimaginavel, enquanto parados num dos muitos semáforos desta cidade, um senhor abriu o vidro e disse-nos "Olhe, leva o capot do carro aberto!". A Rebecca, coitada, sem saber o que fazer, teve ali um biribaque! Lá encostou o carro muito atrapalhada, eu ria que nem um perdido e lá sai do carro para lhe deixar aquilo como havia de ficar feito.

Fomos a uns quantos lojas e shoppings. A primeira que me aconteceu foi logo no primeiro, onde por 3 artigos me fizeram pagar 6 ou 5! Fazendo com que a conta fosse mais do dobro. Reclamei e depois de alguma demora, lá me ouviram e deram-me razão. Em seguida pediram-me para assinar uns taloes... eu assinei (com uma assinatura minha mas que eu desconheço) e coloquei lá o meu numero de telefone... ou melhor alguns algarismos do meu número... enfim...foi giro... à saida quando contei à Rebecca, que esperava por mim perto do exterior, sem entender o que se estava a passar, foi a risota total!

Fomos à loja do lado, comprar mais umas coisinhas, mas antes deixámos no cacifo as compras que havíamos feito. Lá comprámos tudo o que precisávamos menos um escorredor para a loiça que estava muito caro e achei melhor não comprar, pelo menos para já essa "ferramenta".

Aventurámo-nos então para regressar a casa, não sem antes, comprar pão.

À chegada a casa, e a tirar tudo do carro da Rebecca demos por falta de um saco... Lembram-se de ter escrito que tinhamos deixado no cacifo umas compras? Toca de fazer toda a viagem de volta. Enfrentar de novo o trânsito caótico, desta cidade, onde os "chapas" fazem viagens alucinantes!! (Em breve prometo andar de chapa, e contar-vos esta aventura.)

Fui para casa e o resto já todos sabem

(quando) Estamos juntos (somos um só)
Até amanhã

segunda-feira, 2 de março de 2009

Dia 14 e 15 - Fim de semana diferente

Olá visitantes, amigos, amigas, familia e ,claro, tu A.


Já se passaram 3 diias, se não me engano, desde a última mensagem que vos escrevi. Tenho estado bem, fazendo por me distrair nesta cidade que aos poucos vou conhecendo.

Sábado foi um dia interessante. Aventurei-me pelas “estradas” do comércio em Maputo. É preciso um curso de Técnicas de Consumo para saber o que comprar e onde comprar, fintando assim todas os bazares, lojas e hipermercados. Fui a vários locais, sempre procurando pelo mais barato e para isso tive a excelente companhia do Pedro, Sónia e do pequeno Guilherme. Gente boa! Não fossem eles de onde são!



Peço desculpa de nunca referir os nomes de cada establecimento comercial, uns por esquecimento e outros para não me vender facilmente à publicidade.


Fui a um Shopping com muito estilo português. Prateleiras bem organizadas, produtos de alta selecção, limpeza, clientela seleccionada, preços do outro mundo! Não se podia esperar outra coisa de uma superficie conhecida por ter uma grande lista de marcas portuguesas. Neste shopping comprei Água (2 garrafões de 5 litros) e Sal grosso.


Partimos para outro establecimento, este já bem mais confuso, muito mais pessoas mas onde a possibilidade de escolha também era muito maior. Aqui os clientes já se empurram, desarrumam prateleiras na busca de Tandoori's Made in India. Aqui, é um bom local para comprar electrodomésticos, bicicletas, enfim tem tudo aqui. No entanto comprei apenas 1 lata de salsichas e 10 cabides para pendurar a nossa roupa.


Finalmente fomos para a baixa de Maputo, onde fomos a um centro comercial, com tudo e mais alguma coisa. Aqui a confusão era mais que muita, muito se esperava nas filas, estando todas as caixas (POSs) abertas mas sempre com muita gente! Aqui há de tudo, tudo o que poderemos precisar existe aqui! Lá comprei uma fruta, umas mercearias, sumos e algumas coisas mais.


Como devem ter percebido, no local onde comprei mais coisas, é onde há maior confusão, preços mais baratos. Não é fácil fazer compras em Maputo. Além de termos que correr várias superficies para encontrar o melhor e ao melhor preço acabámos por perder uma manhã nestas voltas. Mas foi muito engraçado, ver o Guilherme, todo contente a encher o carro de compras, e quando dávamos por ele, lá ele estava a encher e a encher cada vez mais o carro de compras.


Voltei para casa onde dormitei um pouco e vi alguns testes. A meio da tarde, fui novamente a uma esplanada que já conhecia, que tem como fundo o Oceano Indico. Estava esfomeado e comi até me sentir bem. Não há duvida alguma! Comer, para mim, é um prazer. Mas deve ser aproveitado com companhia. Aqui comi bem ao contrário de outros dias que estou sozinho e acabo por comer umas uvas, um pão com manteiga ou algo do genero. Já me deixei de comer os croissants com queijo, comprados de véspera, que durante alguns dias, aqui, foram a minha dieta diária.


À noite, fui a casa do Pedro, da Sónia e do pequeno Guilherme. Estivemos na conversa e a assistir ao jogo do Porto – Sporting. O Pedro é como eu! Gosta do impossivel e tal como eu queria que tanto o Porto como o Sporting perdessem nesse jogo. Não havia espaço para tristezas, O jogo acabou tal e qual como havia começado, com um nulo no marcador para cada uma das equipas. Resultado menos mau. Como aqui são mais duas horas de diferença, o jogo acabou e já era perto da 01 da manhã. Era altura de regressar para casa, ligar para Portugal e descansar, esperando que no dia seguinte não fosse acordado por um cão, por gritos ou até foguetes!



Domingo


Depois de algumas (poucas) horas a dormir, fui acordado pelo sol a entrar pela janela. Directamente nos olhos tornando-se impossivel voltar a dormir. Quer pela incidência da luz na minha cara, quer pelo calor que já se fazia prever.


Tomei o pequeno almoço fora e passei o dia por entre filmes, jogos e trabalho.


O dia terminou com uma chuvada daquelas que todos falam quando ouvem falar das chuvas de Africa.

Amanhã será um novo dia!


(é melhor quando) Estamos Juntos
Até amanhã