terça-feira, 3 de março de 2009

Dia 16 - Que bom que era se estivessemos juntos

Depois de um diluvio, durante toda a noite e de uma tosse estranha que me acordou por diversas vezes, o dia acordou solarengo e quente.

Vim para a escola, mas hoje nem tempo tive para o pequeno almoço. Tomei na escola. Fui a correr para a sala para mais um momento de avaliação.

A manhã passou bem. Fui de boleia com a Rebecca que me deixou no Notário, para mais uma injecção de Africa. A Rebecca tinha-me alertado para algumas coisas, e eu fui la para comprovar. Hoje fui autenticar a fotocopia do meu passaporte. Fantastico! De novo 5 meticais... 15 cts de Euro... E eis se não quando... Ao pedir para me autenticarem tal documento, me devolvem o original... Então como é que eles comprovam tudo isso? Mais uma vez uma série de 5 ou 6 funcionários simpáticos lá tratavam de tudo. Em qualquer outra parte do Mundo, se um documento tem de ir do ponto A ao ponto B, usam-se estafetas ou até meios tecnologicos. Aqui é do melhor... Os documentos são lançados pelo ar, muitas vezes indo parar "junto da maçã do Newton" - Tudo o que sobe acaba por cair... E se não somos nós a dizer "Olhe essa papelada é minha!" arriscamo-nos a ficar lá horas e horas até reparar que os nossos documentos estão por baixo de outros tantos que não resistiram ao "enjoo de voo".

No camiinho para o almoço fiquei deliciado com uma paisagem que ainda não tinha conhecido. A passar numa rua, pela segunda vez, dei conta de um grupo de galinhas, ali em plena rua. É como se em Paris, por baixo do Arco do Triunfo lá tivesse uma criaçao de ovelhas, galinhas ou outra qualquer pecuária. Fiquei mesmo deliciado com aquilo que vi e pensei logo, será que não são os automóveis que destoam nesta cidade bem como todo o cimento que por aí existe.

--- Seguindo caminho ---

Fui para o Nautilus para mais uma refeiçao indiana e para poder aceder à internet e falar com Portugal. Pensei que estava tudo bem... não me apercebi, talvez, da gravidade da situação. Mas notícias sabidas mais tarde acalmaram-me.

Mais tarde, depois do almoço, e depois de ter comprado mais um Giro (Raspadinha com crédito para o telemovel) fui passear... Shopings... para preparar a chegada da A.

Que tarde louca onde tudo nos aconteceu, a mim e à Rebecca.
Para começar quando fomos para o carro pedi à Rebecca que abrisse o porta bagagens para lá colocar o meu computador e a minha pasta. A Rebecca tentava e tentava. Juro que ela tentou... mas em tudo o que ela tocava ouviam-se barulhos mas nada fazia abrir o porta bagagens. Finalmente lá abrimos o porta bagagens, mas com a chave... método tradicional... Porque raio os carros agora têm de ter estas coisas?
Lá nos fizemos ao caminho... Depois da chuva as estradas de Maputo estão uma autentica desgraça.
Há buraquinhos e outros que até lá cabe um carro! Mas isto é África!

A meio desta aventura por trânsito inimaginavel, enquanto parados num dos muitos semáforos desta cidade, um senhor abriu o vidro e disse-nos "Olhe, leva o capot do carro aberto!". A Rebecca, coitada, sem saber o que fazer, teve ali um biribaque! Lá encostou o carro muito atrapalhada, eu ria que nem um perdido e lá sai do carro para lhe deixar aquilo como havia de ficar feito.

Fomos a uns quantos lojas e shoppings. A primeira que me aconteceu foi logo no primeiro, onde por 3 artigos me fizeram pagar 6 ou 5! Fazendo com que a conta fosse mais do dobro. Reclamei e depois de alguma demora, lá me ouviram e deram-me razão. Em seguida pediram-me para assinar uns taloes... eu assinei (com uma assinatura minha mas que eu desconheço) e coloquei lá o meu numero de telefone... ou melhor alguns algarismos do meu número... enfim...foi giro... à saida quando contei à Rebecca, que esperava por mim perto do exterior, sem entender o que se estava a passar, foi a risota total!

Fomos à loja do lado, comprar mais umas coisinhas, mas antes deixámos no cacifo as compras que havíamos feito. Lá comprámos tudo o que precisávamos menos um escorredor para a loiça que estava muito caro e achei melhor não comprar, pelo menos para já essa "ferramenta".

Aventurámo-nos então para regressar a casa, não sem antes, comprar pão.

À chegada a casa, e a tirar tudo do carro da Rebecca demos por falta de um saco... Lembram-se de ter escrito que tinhamos deixado no cacifo umas compras? Toca de fazer toda a viagem de volta. Enfrentar de novo o trânsito caótico, desta cidade, onde os "chapas" fazem viagens alucinantes!! (Em breve prometo andar de chapa, e contar-vos esta aventura.)

Fui para casa e o resto já todos sabem

(quando) Estamos juntos (somos um só)
Até amanhã

Um comentário:

rita disse...

No meio desta história toda, com as tristezas e as provações que têm passado, crescem os dois! Mas quando se reencontrarem, vão estar mais fortes que nunca...
Gosto de saber dessa azáfama toda para preparar as coisas da casa nova - acredito que, também isso, te dá mais força!
Beijos grandes